sexta-feira, 8 de abril de 2011

Uma espécie de diário da patroa - 27

Granada – 2.04.2011
Partida pelas 10h00 para a ilha de Carriacou, 35 milhas de distância. Antes o Graham e o Rui foram a terra fazer o check-out pois íamos entrar noutro país, St Vincent and Grenadines. No percurso apanhámos muito vento e correntes contra e chegámos a Tyrrel Bay em Carriacou às 18h30, já noite fechada. Foram as precisas e preciosas instruções do Graham que nos conduziram até ao meio da baía sem problemas e aí largámos ferro.
Carriacou – 3.04.2011
A alvorada no Thor é todos os dias bastante cedo e pelas 8h00 estamos habitualmente a tomar o pequeno almoço ( nos dias de viagem por vezes ainda é mais cedo), o que nos permite fazer muitas coisas num só dia, como hoje aconteceu. Logo pela manhã comprámos uma grande lagosta, teria bem mais de 2,5 Kg, e tivemos que usar de algum engenho para a conseguir cozer no equipamento que tínhamos (os nossos vizinhos também não tinham panelas maiores que as nossas). Depois fiz um bolo de chocolate pois era o aniversário do Mike. Ainda durante a manhã a Jenny e o John do Tzigané, ingleses que entraram em Bali para completar a volta ao mundo, vieram tomar café a bordo e pelas 12h00 rumámos a terra onde apanhámos um táxi, do Thomas, que nos levou ao restaurante – The Round House -  onde o Graham tinha feito a reserva para o almoço. O restaurante ainda era longe, situava-se numa colina sobre o mar, e tinha uma vista esplendorosa. A qualidade do restaurante foi também uma surpresa nesta ilha pequena, pouco habitada e muito pouco turística. Depois do almoço o Thomas levou-nos a dar uma volta pela ilha enquanto ia explicando a sua história e, sobretudo, os poderes medicinais de algumas plantas e árvores existentes na ilha e de quando em vez parava para colher uma pernada ou um fruto e, ao fim da tarde regressámos ao barco. O almoço tinha sido muito bem servido pelo que para o jantar, éramos os 6 do Éowyn e do Thor, servi apenas uma salada de lagosta que estava mesmo muito boa (a lagosta era excelente). E assim acabámos a comemoração do aniversário do Mike com o bolo de chocolate e a garrafa de Vinho do Porto que lhe tínhamos oferecido!
Union Island – 4.04.2011
Partida cedo em direcção a Union Island – a cerca de 6 milhas de distância – e fundeámos em Clifton Bay , uma baía bem protegida por um recife de coral. O objectivo era irmos ao aeroporto (uma pista muito pequena que serve todas as ilhas aqui à volta) fazer o check-in, o local onde é mais simples este procedimento pois as autoridades estão todas no mesmo edifício.  Depois ainda démos uma volta pela vila onde há supermercados, lojas de artesanato e tendas com muita fruta variada e colorida, e até uma loja Gourmet para abastecimento dos barcos. É toda uma população a viver dos barcos que por aqui passam. Depois rumámos a Chatham Bay, uma baía na outra costa da ilha com uma grande prais de areia e onde existem 6 restaurantes depois de ter sido construída uma espécie de estrada a ligar a aldeia a esta praia. Fomos jantar no restaurante mais sofisticado, Acqua, onde existia um ancoradouro para os dinghys e resto parecia uma cena de um filme: 2 tendas, uma a servir de bar e outra de restaurante, uma piscina a meio, mesas e cadeiras de bambu, uma apresentação requintadíssima, uma localização quase em cima do mar e com uma vista  esplenderosa com um pôr do sol como que de encomenda. E éramos os únicos no restaurante - o Éowyn e o Thor VI, claro - e a sopa de lagosta estava a condizer. Uma verdadeira maravilha!
Mayreau – 5.04.2011
Partimos bem cedo para uma nova ilha, Mayreau, onde nos esperava um programa muito completo. A frota do WARC estava ali quase toda reunida, 14 barcos, pois todos tinham sido convidados para o casamento do Jim com a Annie. É verdade, um casamento na frota do WARC! O Jim é o proprietário do Ocean Jasper, um Sundeeer 60 americano, e ao passar pela Austrália encontrou a Annie, a gerente de uma boutique de artigos náuticos em Mackay. Apaixonaram-se, ela deixou tudo para o acompanhar, fizeram a festa de noivado no Brasil e marcaram o casamento para esta ilha. A cerimónia foi numa igreja católica, celebrada por um padre católico que se disponibilizou para fazer o casamento e foi muito serena, mas muito interessante e com uma bela homilía a celebrar a vida e o amor. Os noivos estavam completamente apaixonados e levando o momento muito a sério, o que não é de admirar pois o Jim tem 63 anos e a Annie não lhe deve ficar atrás. O casamento tinha de tudo o que os americanos gostam, damas de honor com vestidos compridos iguais, os “best man” alinhados na 1ª fila - mas de calções e tea-shirts - pétalas de flores sobre os noivos e balões e bolinhas de sabão, enfim uma festa completa. Seguiu-se uma celebração com champanhe na área circundante da igreja que, situada mesmo no cima de uma colina, tinha uma vista soberba sobre as ilhas à volta e os recifes de corais que as circundam. Um deslumbramento! Depois houve uma recepção oferecida pelos noivos num dos restaurantes da aldeia, o Dennis Hideaway, com comes e bebes, música, discursos e cantoria que durou toda a tarde. Tudo muito sentido, muito emotivo, com toda a gente muito alegre e bem disposta. Para acabar o dia, seguiu-se uma nova festa, mais uma, um "BBQ" no mesmo restaurante, para comemoração do aniversário do Jochem do Chessie (tinha feito 63 anos há uma semana). A festa com música e dança prolongou-se pela noite fora. Um dia completamente inesperado mas muito, muito curioso!
Tobago Cays – 6.04.2011
Mais uma vez partida bem cedo, agora com destino a Tobago Cays um grupo de pequenas ilhas desertas, protegidas do mar por uma barreira de recifes de coral, com praias de areias claras e águas transparentes e onde a água do mar se apresenta como um caleidoscópio de cores. Era esta a vista deslumbrante que se observava do adro da igreja em Mayreau, uma zona de reserva natural protegida, onde abundam as tartarugas e muitos outros peixes. Fizémos snorkel e eu consegui ver 3 tartarugas já grandinhas e vários outros peixes de que não sei o nome.  Apesar de estar cheio  de barcos, isto é muito bonito, mas a noite foi menos agradável, pois o vento aumentou, houve ainda uns aguaceiros, e talvez por estarmos numa zona de correntes, passámos a noite aos saltos no barco. Um desassossego!

1 comentário: