domingo, 11 de julho de 2010

Daily Log – Musket Cove 01

Pois aquilo que parecia uma pequena etapa (cerca de 450 milhas) rapidinha e sem história veio a ser, inesperadamente um troço bem trabalhoso, incómodo em suma e numa palavra “louco”. As coisas não começaram lá muito bem pois na partida posicionamo-nos bem mas quando quisemos arrancar o cabo do enrolador da genoa (novo) não desenrolou completamente e a genoa ficou meio aberta. A área da partida era meio dificil pois era estreita e com recife de coral de um lado e outro, havendo pouco espaço para manobrar e os barcos que vinham atrás tiravam vento aos da frente e isto deu umas boas lutas. Nós com as velas a não reagirem fomos tapados imediatamente pelo Ciao e pelo Crazy horse e atacados pelo Eowyn e durante cerca de 1 hora andamos numa “luta feroz” por meia duzia de metros. Puro prazer! Eis senão quando a Ana me diz “ esquecemo-nos do dingy”!!! Eu nem queria acreditar quando olhei para a ré e o dinghy realmente não estava lá. Como estivemos atracados de popa, tirámos o dinghy, que foi posto no lado oposto do pontão e aí ficou. É verdade que não estava muito visível, que nas ultimas horas antes da partida houve muito que fazer, blábláblá. Enfim parecia estar tudo estragado e só havia que voltar atrás e recuperar o barco. Avisei o “rally control” que ia voltar para trás – e porquê, o que deu uma gozação geral e que ainda hoje é tema de conversa – e eles simpáticamente recolheram o dinghy e foram-mo levar a meio caminho, o que reduziu bastante o tempo perdido e que afinal se traduziu em mais ou menos uma hora. Quando já tinha o dinghy de volta ainda via umas velas no horizonte e a partir daí foi um “sempre a aviar”. Quando saímos do recife o vento tinha subido já para 30/35 nós e o mar estava branco de espuma e isto manteve-se até ao cair da noite tendo melhorado francamente a partir da meia noite. O Thor andava bastante depressa qual cavalo louco e que por vezes tentava tomar o freio nos dentes, a Sra. Armadora portava-se lindamente apesar de pela cara dela não achar muita graça aquela movimentação, mas eu, confesso, estava de maré e quando assim é ... O dia seguinte amanheceu numa calmaria absoluta com um mar absolutamente estanhado nem dava para acreditar e assim e a pedido expresso da cozinheira, a linha foi posta na água para apanhar “um peixe pequeno para o almoço”. Então não é que faltavam poucos minutos para o meio dia (e com cerca de 2 horas de pesca) um mahi-mahi ou seja um dourado com cerca de 7 kilos se suicidou. Meia hora depois já estava no prato nuns belos lombos à la plancha fazendo honras à habilidade da cozinheira. Nem de propósito! Depois de tão lauto almoço apareceram umas nuvens negras no horizonte, o vento começou a refrescar, apareceram uns pingos de chuva e cerca de meia hora depois tinhamos o vento nos 20/25 nós o mar a alterar-se e até à madrugada seguinte foi novamente uma correria desenfreada. Chegámos a Tana no início da manhã seguinte bastante cansados, com o barco em perfeitas condições mas um bocadinho molhado porque com aqueles saltos e com a água que lhe passava por cima, alguma dela entrou na cabine da frente fazendo algum estrago. Fizemos o check-in com as autoridades locais, muitas como é norma e fomos dormir porque toda esta loucura tinha deixado algumas marcas de cansaço. Divirtam-se.

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