segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Uma espécie de diário da Patroa - 19

AUSTRÁLIA – 04.08.2010
A alvorada foi às 5h45 e às 6h já estávamos de partida da Marina de Bowen, uma vez mais por causa das marés ( a amplitude das marés pode chegar aos 6 metros!). O destino era Townsville, a cerca de 110 milhas de distância, mas para não chegarmos de noite, dividimos a viagem em 2 pernadas. A 1ª foi de apenas 35 milhas por não haver outro local de fundeio adequado mais à frente. Assim, pelas 13h largámos o ferro em Upstart Bay, um local relativamente abrigado dos ventos e onde também de seguida fundeou o Eowyn. Mas depois de descansarmos durante a tarde e de jantarmos relativamente cedo, pelas 21h decidimos partir para a restante tirada por forma a podermos chegar a Townsvillle pela manhã e termos tempo de ainda dar uma volta pela cidade. Faltavam 75 milhas que a uma média de 6 milhas/hora deveríamos fazer em 12/13 horas.

AUSTRÁLIA – 05.08.2010
A chegada à Marina de Townsville fez-se pelas 10:00 e a tal amplitude das marés ía-nos pregando uma partida, sendo as 2 últimas milhas feitas a uma velocidade de quase parados, à espera de vermos quando encalhávamos, o Rui diz que o Thor deve ter deixado um sulco na lama à entrada de Townsville. Navegámos toda a noite e desta vez com vigias ainda mais a sério, isto é, quem estivesse de vigia estava proibido de passar pelas brasas, embora sem um horário fixo para os quartos, ou seja, fica acordado quem tiver menos sono e vamo-nos revesando. Claro que chegámos cansados, mas um pequeno almoço e 2 horas de sono puseram-nos como novos para partirmos à descoberta da cidade. A Marina fica mesmo junto à cidade e quando fizémos o check-in deram-nos todas as informações do que havia para ver e como nos podíamos deslocar. Townsville é uma cidade costeira, com 150.000 habitantes, mas foi-nos dito que tudo o que havia para ver ficava a uma distância que podia ser feita a pé. Andámos até ao centro da cidade e depois apanhámos um autocarro, o Redbus, onde démos uma volta completa que não chegou a demorar 1 hora. Townsville tem prédios mais elegantes e lojas e restaurantes mais requintados que por exemplo Mackay e mesmo as pessoas na rua têm um ar mais cuidado. O nosso passeio começou pelas 16h e andámos na rua até perto das 21h e uma coisa que nos impressionou foi nunca vermos grande movimento de pessoas, nem de automóveis, sentindo-se o silêncio na cidade. Townsville é atravessada por um rio onde ainda hoje fundeiam muitos barcos, mais pequenos, e na parte sul, a parte mais antiga da cidade, existe uma rua onde os prédios antigos foram reconstruídos e aí se concentram os restaurantes mais elegantes da cidade. Nesta cidade de silêncio e sem movimento, os restaurantes estavam cheios.... Nós acabámos por jantar no Yacht Club, um sítio simpático e mais informal e que tinha uma enorme esplanada sobre o rio. Ainda havia mais umas quantas coisas na cidade que mereciam ser vistas como por exemplo, um grande Aquário sobre a Grande Barreira de Recife e mais 2 museus ligados ao mar e às navegações, mas a partida tinha que ser feita de manhã bem cedo para evitarmos os problemas da entrada.

AUSTRÁLIA – 06.08.2010
A partida da Marina de Townsville foi às 7h, a maré impunha uma alvorada destas, e o destino era Cairns, 160 milhas a norte que deveríamos fazer em 26/28 horas. Mais uma viagem que decorreu de forma tranquila, mas com a tal atenção redobrada, tanto mais que tínhamos uma daquelas passagens estreitas e com fundos baixos para fazer, e um corredor de grandes navios mesmo ao lado que, embora o Rui diga que deles se ocupa o AIS, mesmo assim faz algum respeito cruzarmo-nos com navios daquelas dimensões e navegando a enormes velocidades. Durante a noite juntámo-nos ao Eowyn que também estava a fazer o mesmo percurso, mas partindo de um ponto diferente, a Magnetic Island situada em frente de Townsville. À chegada perto de Cairns levantou-se uma tremenda ventania, com rajadas a atingirem mais de 30 nós, e foi assim que entrámos na Marina Marlin de Cairns pelas 10h da manhã do dia 7 de Agosto.

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