domingo, 16 de maio de 2010

Uma espécie de diário da Patroa - 05


RAIATEA – 10.05.2010 - Pela manhã cedo partimos à procura da Marina de Apoiiti em Raiatea onde nos tinham dito haver uma lavandaria. Já tínhamos alguma roupa acumulada a precisar ser lavada. Afinal a dita lavandaria tinha fechado, mas a senhora que estava na recepção da Marina ofereceu-se para a lavar em sua casa e trazê-la no dia seguinte. Claro que ganha dinheiro a prestar este serviço, mas a forma como o ofereceu foi de uma grande simpatia. Esta é uma nota dominante nestas ilhas: a simpatia do povo, o seu ar doce, sempre sorridente e que nos cumprimenta sempre que nos cruzamos. O resto do dia foi passado agarrados a uma poita do lado de fora da Marina. Há outros barcos do WARC  também por aqui, é uma zona bem abrigada e as águas são duma clareza e limpeza impressionantes. Até dentro da Marina.

RAIATEA – 12.05.2010 - Hoje choveu torrencialmente todo o santo dia. Tínhamos voltado de novo a Uturoa pois estava prevista a nossa participação na Tahiti Pearl Regatta que partia daqui, mas a desorganização e o mau tempo levaram o Rui a desistir.  Mas enquanto estivémos amarrados num pontão do cais de embarque, havia bastante gente a passear no cais a ver os barcos e algumas metiam conversa: a saber de onde éramos , o que fazíamos ali, etc. Entre todos destaco um grupo de 3 franceses com quem a conversa foi mais longa, pois tentámos que nos explicassem como se vive na Polinésia. Diziam que a situação económica é muito semelhante à da Grécia (!!!), com grandes desequilíbrios orçamentais e uma grande dívida externa e que temps muito difíceis se avizinham. Dos franceses residentes nas ilhas 2 em cada 3 são professores, pagos pelo Governo Francês. O resto e muitos locais são funcionários públicos, também pagos por França e pelo visto bem pagos. A isto há que acrescentar enormes subsídios e apoios diversos. Daí verem-se tantos 4X4 (novos) e os Supermercados estarem tão bem abastecidos. O nível de vida é muito elevado e o crédito concedido pelos Bancos faz o resto. Para além dos Serviços do Estado, pouco mais existe nas ilhas: alguns frutos – ananazes, mangas, toranjas, cocos (a fruta é toda excelente!) e o fabrico de sumos, a produção de cerveja própria, Hinano é a marca, a cultura de pérolas negras e alguma pesca. E há o Turismo que atravessa uma fase terrível. Tudo o resto é importado de França. Mas esta situação está a começar a mudar e já se começa a falar de alguma % da população no limiar da pobreza. Tal como no resto do mundo!! No princípio da tarde voltámos à baía do Taravana Yacht Club e no dia seguinte pela manhãzinha rumámos a Bora Bora onde chegámos pelas 13H00. 

BORA BORA – 14.05.2010 - Estamos amarrados a uma bóia do Bora Bora Yacht Club, onde o WARC montou o seu "escritório". Ontem ainda fomos de dinghy até aquilo que dizem ser a principal povoação - Vaitape - mas talvez por estar tudo fechado - o dia 13 de Maio é um feriado católico desta ilha, tendo sabido mais tarde que era o dia da Ascensão - a desilusão foi alguma. Tem um ar mais turístico mas também menos limpo e menos arrumado do que vi noutras ilhas. O Yacht Club sofreu os efeitos do ciclone Oli em Fevereiro e ainda não recuperou totalmente dos estragos sofridos. Por exemplo, o restaurante ainda não funciona pelo que o jantar foi a bordo. E depois vai-se cedo para a cama, como tem sido norma desde que aqui estou. Em contrapartida a alvorada é muito cedo!

BORA BORA – 15.05.2010 - O Yacht Club, entre outros serviços, tem um uma carrinha de caixa aberta que faz o transporte de ida e volta para Vaitape, a principal povoação da ilha. Assim, pela manhã lá fomos fazer uma exploração, agora com as lojas abertas. No centro da povoação há lojas de souvenirs - artesanato, pérolas e pareos - 3 bancos, 2 Supermercados, correios e até há Centros Comerciais. Por lá encontrámos os Kalliope, almoçámos juntos e depois regressámos ao Yacht Club pois havia uma animação social, pela tarde, organizada pelo WARC. O programa constava de uma corrida de dinghys (a remos) e ao fim da tarde um barbeque tendo cada barco de contribuir com uma salada. A corrida foi muito divertida, o Rui participou e ganhou (eu fiquei em terra a fazer a reportagem fotográfica!!). Depois da entrega dos prémios, o jantar foi servido numas plataformas situadas em cima de água e foi acompanhado por um conjunto que tocou e cantou toda a noite música tradicional da Polinésia. A noite esteve de sonho, não havia calor nem humidade em demasia e nem mosquitos, tendo-se passado um bocado muito agradável.

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