quarta-feira, 5 de maio de 2010

Uma espécie de diário da Patroa - 01

A nova tripulação chegou, mas vinha num estado miserável. Chamar a isto uma tripulação de luxo (?) ora valha-nos Deus. A viagem tinha sido muito longa com mais de 22 horas de voo a que há que somar mais de 11horas de aeroportos, tendo sido salpicada por alguns sustos, contratempos, formalidades e burocracias imensas. Eu e o Eduardo tínhamos combinado o encontro às 8H00 no aeroporto em Lisboa para o voo das 10: 00 para Londres, mas uma inesperada greve dos transportes quase impediu o Eduardo de chegar a tempo ao check-in. Já estávamos a preparar um plano B quando no último minuto o Eduardo apareceu e lá partimos para a nossa aventura. Em Londres começararm as burocracias, afinal precisávamos de um documento formal do Comandante do Thor VI a confirmar que eramos seus tripulantes. Felizmente o telefone satélite funcionou, o Rui acordou às 3H00 da manhã e enviou um e-mail para os escritórios da Air New Zealand com os detalhes pretendidos e pronto. Depois faltava um Visto de entrada nos USA no passaporte do Eduardo que também foi preciso desencantar já que eu tinha um Visto da NATO que, diziam, ser perfeito para o efeito. Nós iamos voar até Papeete no Tahiti via Los Angeles e, portanto, nos USA só estaríamos em trânsito, mas mesmo assim era preciso satisfazer uma série de requesitos. Mas, e há sempre um mas nestas coisas, em  Los Angeles tivémos que passar pela emigração e ali o meu Visto, afinal já não era bom pelo que foram necesários mais uns papeis. Um verdadeiro inferno e uma permanente incerteza se tínhamos tudo em ordem para podermos continuar viagem. Como se isto não bastasse, em Los Angeles tivemos que levantar a bagagem, voltar a fazer o check-in, esperar em longas filas e depois aguardar o voo numa sala de embarque minúscula onde não havia cadeiras para todos e nem o espaço era suficiente para nos sentarmos no chão e nós ainda nos queixamos das condições do Aeroporto da Portela!!. Nesta altura já quase dormíamos em pé e ainda faltavam mais umas 9 horas de voo. Mas finalmente lá chegámos ao Tahiti às 06H00 locais e depois de umas rápidas 2 horas de sono a bordo do Thor estávamos prontos para dar início ao programa social do WARC que incluía um encontro dos skippers com as forças vivas de Papeete, informações turísticas diversas e um jantar oferecido na Mairie. O jet lag já se fazia sentir agravado pelo muito calor e humidade, pelo que fomos todos muito cedo para a cama, finalmente. O dia seguinte amanheceu bem cedo pois o programa incluía um Tour à volta da ilha, com saída às 9H00 e regresso previsto paras as 17H00. Deu para ver as coisas mais importantes da ilha Tahiti Nui (Taiti Grande), a floresta tropical com a sua flora magnífica, de que o Eduardo nos ía dizendo o nome das árvores - o Rui bem dizia que este tripulante era de luxo!!! - as quedas de água e o mar tranquilo e transparente, azul e verde consoante as profundidades, ali sempre ao pé. Almoço no restaurante do museu Gauguin e algumas paragens que a Guia, uma Tahitiana bem disposta que era ao mesmo tempo a condutora do autocarro, entendia poderem ser do nosso interesse e que até incluíu uma paragem num supermercado. Um dia bem passado que deu para conhecer um pouco melhor esta parcela da Polinésia Francesa, mas com grande esforço nosso pois as diferenças horárias ainda se faziam sentir e quando menos esperávamos estávamos a cabecear. Mas as coisas começavam a normalizar-se e o prazer de voltar a pertencer a este grupo dá-nos energia. Mais novidades nos próximos dias. Beijinhos 

3 comentários:

  1. Odisseias afinal também em terra !!!!!
    Beijos.
    cristina

    ResponderEliminar
  2. Aventuras paralelas?...
    Em vez de uma, afinal por aqui há muitas mais aventuras!, no mar, em terra e no ar...
    Bom começo.

    Vou acompanhando.

    Zé Dias
    No Stress

    ResponderEliminar
  3. Grande viagem !!! Mas agora é navegar... Bons ventos e espero que aminha ida seja mais pacífica.
    Um abraço para os dois
    João

    ResponderEliminar