quinta-feira, 6 de maio de 2010

Uma espécie de diário da Patroa - 02

A marina onde estávamos era exactamente no centro da cidade, logo com grande facilidade de acesso a tudo, mas em contrapartida muito barulhenta, com um trânsito muito intenso durante todo o dia a passar  ali mesmo ao lado. Assim destinámos este dia para fazer as compras e os abastecimentos para partirmos para outros destinos. De manhã fomos ao mercado, uma beleza de cor e exotismo. A oferta de frutas e legumes era enorme e com variedades completamente novas para nós. De tarde fomos ao supermercado (Champion) também com um excelente stock em termos de variedade e de qualidade, parecendo que estávamos em França, até nos preços. E nos intervalos deu para conhecer um pouco melhor a cidade e beber os excelentes sumos de ananás que há por todo o lado. À noite, depois do jantar, fomos com os Kalliope (Pepa, Emílio e Pepe) a um local muito curioso. Num largo da cidade junto ao mar, no princípio de cada noite, montam-se umas roulottes, mesas e cadeiras e ali serve-se de tudo, com excepção de bebidas alcoólicas. Perto das 23H00 é tudo retirado e no dia seguinte o largo está limpo para ser de novo usado pelos transeuntes. Um local precioso! Mas estava na altura de nos mudarmos. Depois de voltarmos ao Mercado para as últimas compras, que incluiram um belo lombo de atum vermelho, soltámos os cabos e saimos do “Quai des Yacht” para a Marina de Taina a 3 milhas de distância mas ainda dentro da lagoa de Tahiti. Esta marina fica dentro do recife e, portanto, tinha umas águas claras, pouco profundas, de um verde intenso e cheia de peixes. Amarrámos o Thor a uma bóia e com uma profundidade de 14 metros conseguia ver-se o fundo. A temperatura da água do mar era de 31,8º!!!! Um verdadeiro paraíso. O jantar foi o atum e os Kalliope juntaram-se a nós, no Thor, tendo-se passado uma noite muito agradável. No dia seguinte e depois do reabastecimento de combustível e de água e de uma volta de reconhecimento pela Marina - há sempre pequenas coisas a melhorar no Thor e agora foram umas ventoinhas que fazem circular o ar, o que com o calor que se faz sentir é uma boa ideia  - e uma nova ida ao supermercado, partimos para Moorea, a ilha mais próxima do Tahiti. O destino era Cook’s Bay, uma grande baía que tinha servido de abrigo a Thomas Cook nas suas viagens por estas paragens e que tem um enquadramento verdadeiramente impressionante, com altas montanhas cobertas de floresta tropical caindo quase a pique até ao mar. E o mar, ou antes a lagoa pois está quase fechada por corais com excepção de uma pequena passagem que se atravessa com muito cuidado, era de uma quietude imaculada. Ficámos fundeados a 20 metros de um Resort turístico que tinha um excelente restaurante - eles lá encontram estes sítios bem adequados - e aí passámos a noite. Com toda esta quietude e um grande dia de calor, a temperatura da água do mar passou para perto dos 33º. Esta é uma ilha muito turística, com bastantes resorts de luxo e é afamada pelos seus ananases e o sumo do dito. Experimentámos e podemos atestar que o sumo de ananás expremido era divino. A meio a tarde, nós, o Kalliope e o Eowyn, decidimos experimentar novas paragens e levantámos ferro em direcção a Huahine a cerca de 80 milhas a Noroeste. A viagem durou cerca de 15 horas e pelas 7H00 chegámos a uma nova ilha da Polinésia Francesa, Huahine.  O mar esteve sempre um pouco agitado, pelo menos de acordo com o meu critério, mas a temperatura foi sempre muito agradável durante toda a noite. Huahine está completamente rodeada de um grande recife de corais com apenas algumas passagens para terra e estamos fundeados em mais um local maravilhoso junto à principal localidade, Fare. Depois de algum descanso por parte dos marinheiros que vieram vigilantes no poço durante toda a viagem, fomos a terra. Esta é uma ilha com poucos habitantes, pouco turística e, portanto, mais natural. Tem meia dúzia de casas, um excelente supermercado, um ATM que não aceitou nenhum dos nossos cartões e alguns restaurantes num dos quais acabámos por almoçar razoavelmente bem. Voltámos ao Thor onde passámos a tarde com algum balanço pois levantou-se um vento  bastante forte e pouco agradável. O Thor estava bastante irrequieto. Beijinhos.

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