quinta-feira, 15 de abril de 2010

Daily Log - Tuamotu 02

Depois de uma noite espectacular pela calma,  sossego e quietude do barco - impressionante, não me lembro de nenhum sítio onde o barco estivesse tão quieto - e onde dormi bastante bem, apesar de já não conseguir dormir mais de 4 horas seguidas, pois o meu ciclo do sono anda um bocdinho baralhado. Eu adormeço em qualquer sitio, a qualquer hora ou de qualquer forma, mas não consigo dormir, seguido, mais de cerca de quatro horas. Acordo e consigo voltar a adormecer mas tudo aos bocadinhos. É o resultado, suponho, de uns hábitos adquiridos nos ultimos tempos. Na realidade desde 06Mar quando saímos das Marquesas que ainda não consegui ter uma série de noites completas para me reabituar a dormir meia duzia de horas seguidas. Mas após uma noite maginfica - com um jantar em terra organizado pelos Kalliope - resolvemos mudar de ares e procurar novos locais e decidimos sair de Ahe ao fim da tarde com a maré e navegarmos as 65 milhas necessárias para chegar ao atol de Apataki pela manhã e de forma a entrar no "passe" de Pakaka depois das 10:30 por causa da maré. Assim fizemos - e lá foi mais uma noite no poço do Thor VI, esta sem toldo de forma a poder ver um céu absolutamente fantástico de luz e de vida - e estamos fundeados no atol de Apataki, no motu (ilhéu) de Rua Vahine, com fundos de 8 metros com uma água de cor e limpidez assombrosa, com muito calor e num enquadramento de uma beleza fantástica. Este atol foi descoberto em 1722 pelo holandês Roggeveen tem 2 entradas navegáveis - o "passe" Tehere a Norte, não balizado e o "passe" Takaka a SW, balizado e de fácil utilização dando acesso à unica vila existente, Niutahi que tem cerca de 400 habitantes, uma pista de aviação, não tem diesel, tem 2 lojas e uma pensão/restaurante, mais parecido com uma "casa de pasto", vivem da pesca e, adivinhem ... da cultura vde pérolas. É mais um local tipico das ilhas do Pacífico - como se vêm nos filmes - só que este sítio, como o anterior, não é turistico, não há aquelas moçoilas de encher o olho, aqueles peixes coloridos - como também não há turistas - mas há uma beleza selvagem espantosa. Hoje vamos ficar por aqui e nos próximos dias iremos dar a volta à lagoa (são cerca de 50 milhas) visitando uma "quinta de pérolas" e um par de sítios de fundeio fantásticos (dizem!) junto com o Kalliope que já não tem guincho do ferro, tendo de fundear à mão,com um cabo e com todo o cuidado para que o cabo não fique encostado ou a passar por corais. Um problema de difícil solução por aqui, mas lá o têm conseguido com um grande espectáculo - são de Sevilha e falam todos muito depressa e muito alto, já podem imaginar o resultado. Mas são bons amigos e é um enorme prazer e um "sempre em festa" andar-mos juntos. Do atol de Apataki beijinhos e abraços.

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