quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Dayli Log - Brs 03

Foi um fim de semana diferente graças à hospitalidade e simpatia da Berta e do Tozé. Começou com uma "cerimónia militar" (e esta hem?) comemorativa do 223º aniversário do Hospital Geral de Salvador a convite do seu Director Ten. Cor. Med. Ricardo Villanova Freire que tínhamos conhecido no Comando do Porto de Salvador onde tinha acabado de tirar a licença de "arrais amador". Depois no Sábado e antes de uma prainha (com 30º no ar e 28º na água, queriam o quê?) uma visita logística ao mercado de Itapauã uma antiga e simples vila de pescadores que se tornou conhecida com a chegada do Vinicius de Moraes e que hoje é um povoado subúrbio de Salvador. O mercado é fantástico com as cores e os odores das frutas tropicais. Uma beleza para a vista! Depois a oportunidade de fazer amigos novos bem simpáticos e hospitaleiros que, para além de me tornaram o fim de semana bem simpático, deu para me dar a conhecer novas visões politicas, económicas e sociais deste país. Muito interessante. Entretanto a febre do Carnaval começa a subir os preparativos e treinos estão em fase avançada e dá para perceber a fantástica festa que aí vem e o tremendo negócio que o Carnaval representa. É impressionante a capacidade do brasileiro para fazer "mais um dinheirinho". 
Entretanto conheci mais um amigo novo, João Jorge Peralta, português natural de Vagosque vive em São Paulo há mais de 50 anos e que é também navegador - o barco dele está aqui na marina no pontão em frente - e que simpaticamente me tem alertado para algumas coisas bonitas e relacionadas com a cultura e história portuguesa. Escreve ele sobre a Igreja de São Francisco:
A Igreja de São Francisco e o anexo Convento de São Francisco, no Centro Histórico de Salvador, é um dos grandes momentos da arquitectura religiosa do Brasil e de todo o mundo. É um dos muitos monumentos históricos da nossa riquíssima herança colonial, obras grandiosas construídas de norte a sul de nosso grande país. Em Salvador reza a tradição que existem 365 igrejas, uma para cada dia do ano. Não é folclore. Conversando com uma monitora de turismo, aluna do último ano do Curso Superior de Turismo de uma faculdade soteropolitana, ela me disse que foi feito recentemente um inventário de todas as Igrejas (católicas, portanto excluídas as protestantes). Existem na cidade 372 templos, incluídas capelas (templos menores, não paróquias). Fantástico! Interessante, muito interessante: o fato revela não apenas o espírito religioso do povo e de suas autoridades, mas também preocupações e vivências comunitárias. Os templos eram lugares de culto, mas eram também locais de encontro e de convivência social, local de festas da comunidade, onde todos os domingo as pessoas da comunidade se reuniam. O nosso passado colonial, a nossa história colonial, tão rica e produtiva, ainda um dia será descoberta por todos os brasileiros, que sentirão grande orgulho de nosso passado e de nossa herança histórica. Mais bela do que a de todos e qualquer um dos países do mundo. Excepto Portugal, claro! Mais informações no link:
E sobre a Casa do Forte Garcia D`Ávila : A Casa do Forte Garcia D'Ávila, ou Castelo de Garcia D'Ávila,  fica no município de Mata de São João, a 85 km de Salvador. Trata-se de importante conjunto arquitetónico, cuja construção começou em 1552 e terminou 72 anos depois. O antigo castelo está em ruinas, a belíssima capela está restaurada. Toda a área tem grande importância para nossa história, e é um dos lugares emblemáticos da Bahia. Garcia D'Ávila veio para o Brasil em 1549 com o fundador de Salvador e  primeiro Governador do Brasil, Tomé de Souza, de quem seria filho natural, e é uma das grandes figura do século XVI. Casos como o do Castelo Garcia D'Ávila, as belíssimas igrejas, catedrais e basílicas, erigidas como locais de culto e de convivência social - esta uma função tão importante como aquela, os edifícios públicos - enfim toda a arquitectura colonial, de norte a sul, tudo isso comprova sobejamente que, ao contrário do que muitos intelectuais brasileiros (intelectuais?) dizem por aqui, os portugueses não vieram para explorar, mas para construir um grande país, e foram bem sucedidos. Um dia o Brasil todo vai descobrir esta verdade, e então ocupará de fato o lugar que lhe foi destinado pela história, e que lhe compete no conserto nas nações.
Beleza. Cuidem-se 

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